Acredito que já tenha citado aqui, que os tumores de cólon e reto apresentam “predileção” pelo fígado na hora de se disseminar. Por isso, é bem frequente o paciente avançado, já chegar com metástase no fígado, ou aquele que recidiva, cursar com a metástase para o fígado antes de outros órgãos. Essa particularidade ainda é mais verdadeira para os tumores de cólon. O tumor de reto metastatiza para o fígado, mas não é incomum vermos metástase, primeiro, para o pulmão ou para a rede de linfonodos ao lado do reto. Fato é que diante desse diagnóstico de metástase, e para o fígado em particular, o paciente esmorece de novo na sua rotina de luta diária psíquica contra a doença. Por isso, esse post. Para lembrar que as metástases hepáticas desses tumores, muitas vezes, são reversíveis por tratamento.

Nos utilizamos de três braços para o tratamento dessas metástases: quimioterapia, cirurgia e tratamento local não cirúrgico. No entanto, embora essas sejam nossas armas, existe o que eu mais gosto na Oncologia, e defendo: saber como utilizá-las, mas acima de tudo individualizar quem está na sua frente: toda a história do paciente e de sua doença, associado a sua parte anatômica. A proposta para um doente pode ser só um braço desses; mas a proposta para outro pode ser fazer uso dos três. Em suma: personalizar o tratamento. Levar esse doente para mesa redonda e decidir em conjunto com o cirurgião e diversos especialistas como evoluir no caso específico. A metástase hepática é um grande exemplo de como melhor trabalhar em prol daquele doente: em equipe.

Em relação a quimioterapia, na maior parte das vezes ela estará presente como um desses três braços. No entanto, pode ser que não seja oferecida em algumas situações, e aí estamos falando de decisão relacionada a história da doença + perfil de toxicidade do tratamento + o que já foi oferecido + qualidade de vida, dentre muitas outras coisas.

Falaremos em outros posts sobre cirurgia e tratamento local não cirúrgico do fígado.

Fiquem ligados!!