Sabemos todos, que o nosso intestino é habitado por “n” microrganismos; mais especificamente, milhões deles. E o surgimento desses pequenos habitantes intestinais já se inicia na gestação, sendo modificado com os anos, até chegar à fase adulta. E ao longo da vida adulta, o principal agente modulador dessa flora é a alimentação!

A flora bacteriana normal, majoritariamente, é constituída de bactérias do bem que são necessárias para a vida intestinal e humana. Fazem parte da flora bacteriana saudável os gêneros bacterioidetes, firmicutes, proteobacteria e actinobactéria. Traduzindo para o popular, temos, principalmente, lactobacillus e outras não tão conhecidas pelos pacientes. Essa flora em harmonia tem como funções: prevenção de infecções, facilitação do processo digestivo, eliminação de toxinas, redução de diarréia e gases, estímulo do sistema imunológico, produção de vitaminas, etc. Ou seja, é importante para a saúde do indivíduo como um todo!

No entanto, essa flora apresenta, também, microrganismos que não são “do bem”. E quando há uma maior quantidade desses, em relação à flora normal “do bem”, temos o que chamamos de DISBIOSE, o desequilíbrio desses agentes no intestino. E é esse desequilíbrio que vem sendo estudado por cientistas como fator de risco para o desenvolvimento de câncer colorretal. Admite-se que a proliferação de bactérias patogênicas produza substâncias que estimulam o processo de carcinogênese, reduza a resposta imunológica do corpo ao câncer e aumente o ambiente inflamatório, levando assim ao câncer. E, imagina todos esses estímulos, associados a uma alimentação rica em gorduras, carne vermelha e enlatados; entramos em um ciclo vicioso.

Já sabemos que a alimentação de um grupo específico de alimento, por exemplo, gordura, carboidratos, fibras ou outro, está relacionada à proliferação de algum grupo específico de bactérias, também. Por isso, há necessidade de oferecermos alimentos saudáveis na maior parte do tempo em nossa vida, além de diversidade alimentar.

E, finalmente, engana-se aqueles que acham que o paciente já com diagnóstico de câncer colorretal não precisa mais cuidar de sua flora. Já temos, hoje, estudos bem embasados, onde pacientes, em quimioterapia, com uma microbiota intestinal diversificada cursaram com melhores respostas terapêuticas ao tratamento. Algumas espécies parecem estar associadas a melhores e a piores respostas.

Então, você anda cuidando da sua flora?

No próximo post, falaremos sobre isso!