Estando cientes do que pode levar a uma maior suscetibilidade no desenvolvimento do câncer de intestino, podemos dividi-los em fatores: extrínsecos e intrínsecos. Os fatores intrínsecos são aqueles que não conseguimos modificar como por exemplo idade, sexo e herança genética. Então, se estamos falando de prevenção, estamos falando de fatores extrínsecos, que são aqueles fatores externos, e por isso, modificáveis.

Partindo para o tema do artigo, vamos explicar aqui o que é a prevenção primária e secundária do câncer.

A prevenção primária objetiva evitar o aparecimento do câncer. As iniciativas, para isto, abrangem desde a intervenção em fatores de riscos ambientais, físicos e químicos, até a características relacionadas ao nosso estilo de vida individual.

Estão envolvidos na prevenção primária: promoção de saúde, vacinação e quimioprevenção. Em relação à primeira, sabemos que hábitos saudáveis de alimentação e a prática de atividade física estão presentes nas políticas de saúde pública mundial, seja no âmbito oncológico ou não. Temos dados científicos suficientes para estimulá-los e dizer que de fato a implementação diária dessa rotina reduz a probabilidade de desenvolvimento do câncer de intestino, e de sua recidiva, falando daqueles que já se apresentaram com tumor nessa localização em algum momento da vida.

Ao contrário de alguns cânceres que apresentam profilaxia em vacina, como por exemplo o câncer de colo de útero com a vacina contra o HPV ( principal agente causador do câncer dessa localização ), o câncer colorretal não apresenta vacina pronta ou que vem sendo desenvolvida.

E finalmente, a quimioprevenção é algo que vem sendo bastante estudada no câncer de intestino. Ao pé da letra significa prevenção por uma medicação. Aqui vou somente citar, porque desenvolveremos melhor um artigo a frente, o que vem sendo estudado a partir de estudos experimentais e observacionais para a profilaxia dessa localização: uso de anti-inflamatórios não esteroidais, vitamina D, carbonato de cálcio, dentre outros.

Em relação à prevenção secundária, podemos dizer que se trata do rastreio do câncer no paciente. Objetiva-se, por isso, aumentar a sobrevida e qualidade de vida com o diagnóstico precoce da doença. A prevenção secundária se baseia na seguinte sequência: diagnóstico no início da doença nos concede entrar com o tratamento, também, precocemente, e por isso, melhorar o prognóstico. No entanto, infelizmente, é necessário atentar que tratamento precoce nem sempre se traduz em benefício.

Em relação à prevenção secundária do câncer colorretal, muito se estuda sobre exames como: pesquisa de sangue oculto, retossigmoidoscopia, videocolonoscopia, videcocolonoscopia virtual, dentre outros. Discutiremos mais à frente cada um deles, mas aqui atendo que os dois exames mais embasados em termos de benefício do rastreio para o câncer de intestino são a pesquisa de sangue oculto e a videocolonosocpia.